«Uma cidadã holandesa, de 96 anos, confessou às autoridades ser a autora de uma homicídio ocorrido em 1946 que, até ao momento, ainda não tinha sido resolvido.
Attie Ridder-Visser escreveu ao presidente da Câmara de Leiden, no dia 1 de Janeiro deste ano, a admitir matou Felix Gulje após a II Guerra Mundial, por pensar que ele tinha colaborado com o regime nazi, conta o New York Daily News.
Ridder-Visser, que fez parte da resistência holandesa, explicou que se dirigiu a casa de Felix Gulje na noite de 1 de Março de 1946 e o alvejou no peito. Após o crime, fugiu para a Indonésia, onde se casou. Viveu ainda em Espanha, antes de regressa definitivamente à Holanda.
Felix Gulje era proprietário de uma empresa de construção e, na altura, falava-se no seu nome para ocupar um alto cargo político, facto pelo qual o seu assassínio chocou ainda mais os holandeses.
Durante a II Guerra Mundial, alguma imprensa apontou-o como sendo um colaborador nazi. A realidade veio mostrar, porém, que ele deu protecção a vários judeus e permitiu que uma associação católica, cuja actividade tinha sido proibida, realizasse reuniões secretas em sua casa.
A polícia nunca suspeitou que a responsável pelo seu homicídio fosse Attie Ridder-Visser, que em Maio se encontrou com dois dos netos de Felix Gulje, segundo adiantam as autoridades.
O presidente da Câmara de Leiden, Henri Lenferik, diz que Ettie não será processada. Isto apesar de, a partir de 2006, a lei holandesa já não prever o limite de 18 anos para que um crime deixe de ser julgado.
"A senhora Ridder-Visser já é muito velha, muito frágil, ouve mal e precisa de ajuda", afirmou o autarca, sublinhando, contudo, que "mesmo agora, 65 anos depois, o assassinato deva ser condenado. É um acto inaceitável".»
in JN online, 09-6-2011
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